Plagiando Shakespeare (15/12/2022): Reflexão aos 59 anos 1a3q4f

Por Nasaré Silva c1848

 

Até que ponto vou poder continuar como nômade?

Na futura varanda da casinha de sapé desfruto do vento frio

Que, enquanto refrigera o calor, inquieta minha alma.

Qual o meu pertencimento?

 

“Com o tempo a gente aprende” que qualquer lugar é bom

Desde que se tenha paz.

 

E as amigas, por onde estão?

Algumas, se tornaram estrelas.

Outras, apesar da proximidade

Geográfica, encontram-se distantes.

“Com o tempo a gente aprende”

Que podem estar em qualquer lugar

Ou em lugar nenhum.

 

Que fazer amizade é mais fácil

Do que preservá-la.

Que os amigos se tornam caros

Não por serem onerosos,

Mas por falta de tempo

Para cultivá-los.

 

Aprende-se com o tempo:

Que tudo é tão fugaz,

Que os amores não são eternos.

Acontecem como chuva de verão.

Alguns deixam seu registro,

Sua identidade.

Outros, nada, nem a lembrança.

Foram jogados em calabouços

Do esquecimento.

Outros, ainda, são apenas sombras

Que se mexem como

Na “Caverna de Platão”.

 

“Aprendi com o tempo”,

Que nem sempre a visita que

Se espera, é a mesma que se recebe.

Que assim como há confluência

Também, há divergência.

E os caminhos podem nunca

Se encontrar.

 

“Aprendi com o tempo”

Que as verdades absolutas

De outrora, hoje são apenas

Ilusões rancentas

Ultraadas pelo tempo.

 

“Com o tempo a gente aprende”

Que nem todos os elogios são verdadeiros

Uns, são usados apenas como meio

De aproximação.

 

Hum, o tempo é cruel

Deixa marcas e dores.

Por isso, o tempo também ensina

Que as cicatrizes,

dependendo da situação

podem voltar a sangrar.

E assim, de fase em fase,

De etapa em etapa,

A vida se encaminha

Para o fim.