Academia de Peri-Mirim convoca acadêmicos para eleição da nova Diretoria

A Presidente da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), atendendo ao disposto nos artigos 34 a 36 do Estatuto da entidade, CONVOCA, por meio de edital, os acadêmicos, em pleno exercício de seus direitos estatutários, para inscrição no processo de eleição.

 A eleição dar-se-á por votação a ser realizada de forma presencial em eleição e secreta, ou por aclamação, no caso de chapa única. A Assembleia Geral para proclamação e homologação do resultado da eleição será realizada às 15:00h de sábado, dia 28 de maio de 2022.

A votação destina-se a eleger chapa completa para os cargos de Presidente; Vice-Presidente; 1º Secretário; 2º Secretário; 1º Tesoureiro; 2º Tesoureiro e três Membros do Conselho Fiscal.

Prevê o Edital que as chapas deverão ser registradas até o dia 25 de maio de 2022 e homologadas a partir do dia 26 de julho de 2022.

No mesmo ato, a Presidente, Eni do Rosario Pereira Amorim, nomeou os componentes da Comissão Eleitoral, formada pelos acadêmicos: Jaílson de Jesus Alves Sousa; Maria Nasaré Silva e Venceslau Pereira Júnior, que conduzirão o processo eleitoral.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÃO DE DIRETORIA 2022-2024

MIRIAN COSTA PEREIRA

Mirian Costa Pereira nasceu no dia 29 de abril de 1934, na Ilha do Maracujá.

Iniciando seus estudos aos 9 anos, com a professora Julieta Castro Marques, em sua casa, no povoado São Lourenço, no ano de 1943.   Mudou-se para São Luís do Maranhão aos 16 anos, em 1950, e iniciou seus estudos no Instituto Rosa Castro, concluindo o 2º grau da época no ano de 1960.

De volta à sua terra natal, no povoado São Lourenço já 1961 – iniciou suas atividades profissionais, na escola Santo Augustinho, povoado do mesmo nome, permanecendo lá ate, 1967.

Em 1966, participou de cursos preparatórios para catequistas, no munícipio de Guimarães, e anos depois participou do Encontro de Casais com Cristo, encontro dos dirigentes e pastoral familiar.

Em 1968 – A convite padre Gerard e o prefeito José Ribamar Martins, conhecido popularmente como (José Bacaba) veio trabalhar como professora de História e Geografia no curso de Técnico Agrícola, no Ginásio Bandeirantes no turno vespertino e noturno, que tinha como diretora a senhora Jarinila Pereira Campos, posteriormente, se tornou diretora do Grupo Escolar Carneiro de Freitas (4ª e 5ª série) sucedendo a senhora Cecilia Botão. Uma das que mais marcaram a vida da dona Miriam foi Jarinila Pereira Campos, amigas durante toda a vida.

No ano de 1972 entrou para o clube das mães, tendo sido presidente do clube da sede, durante quatro anos. Ofereceu suas habilidades tanto culturais como manuais para todos os clubes existentes na paroquia, nas reuniões mensais com sua representatividade.

Atuou como dirigente dos cultos dominicais.

Segundo dona Ana Lúcia, companheira de longa data, ela colaborou com a paróquia ensinando a catequese aos adultos e também na alfabetização dos mesmos para leitura da Bíblia e do catecismo entre os anos de 1968 e 1973. E juntamente com a irmã Marieta formou o Presidium em São Lourenço e fortaleceu a legião de Maria no mesmo povoado.

No ano de 1970 – Conheceu o Sr. Venceslau Pereira, em uma reunião da Cooperativa Agropecuária de Peri-Mirim, a qual foi sócia fundadora.

Os padres Pe. Paulo em Bequimão e Pe. Gerard em Peri-Mirim foram cupidos do namoro entre Venceslau e Mirian, namorando durante mais de dois anos.

Em 1971 a 1985 –  recebeu a direção integral do Grupo Escolar Carneiro de Freitas.

Em 1972 – casou-se com Venceslau Pereira no 12 de fevereiro de 1972 em uma terça-feira de carnaval, na Ilha do Maracujá, casamento este celebrado pela pe. Gerard Gagnon. Desse matrimônio nasceu no ano de 1973 Venceslau Pereira Junior e em 1975 Mercedes costa Pereira. Nesse mesmo ano prestou vestibular na UEMA. Para o curso de Licenciatura em Pedagogia, iniciando as aulas em dezembro desse mesmo ano no município de Caxias.

Entre os anos de 1979 e 1985 participava mensalmente no salão paroquial do estudo da folha bíblica para os cultos dominicais – foi dirigente do mesmo por vários anos.

Depoimento de Rosa Gomes: Enquanto diretora trabalhei com ela sempre irei sua responsabilidade, paciência, amor e dedicação à sua profissão, eu vinha de Santana, ela já estava no trabalho.

Na época do padre Helder ela se dedicou à igreja e aos trabalhos da casa paroquial, ajudando financeiramente. Em 1985 com padre Helder, vendo a necessidade da igreja fundou o dízimo e pediu a colaboração de D. Rosinha Gomes, ficando as duas responsáveis pelo dinheiro, depois disso, adoeceu e ou para sua companheira.

Mais tarde ingressou na Legião de Maria sempre colaborando com dedicação e amor, estamos lhe esperando com fé em Deus e Maria Santíssima.

1985 – Aposentou-se do Estado aos 35 anos de serviço.

2001 – Ficou viúva no dia 28 de julho.

Mirian Costa Pereira tem dois filhos e três netos.

Lançamento do livro Retalhos de uma História: um marco na história de Peri-Mirim

No dia 31/03/2022 às 19:30 realizou-se o lançamento do livro Retalhos de uma História de autoria de Eni do Rosario Pereira Amorim. O evento se deu na Escola Carneiro de Freitas, contou com a presença de moradores do local, professores, acadêmicos, amantes das letras e familiares da autora.

O evento teve início com a composição da mesa de honra formada por:

1) Francisco Viegas Paz, autor dos livros: Seminarista Graças a Deus, Curiosidades Histórias de Peri-Mirim e Peri-Mirim, Cem Anos de Emancipação e participação no livro Ecos da Baixada e vários artigos publicados em jornais;

2) Edna Jara Abreu, professora, autora de vários artigos e crônicas sobre a história de Peri-Mirim, uma das revisoras do livro que ora será lançado;

3) Luís Eduardo França Tupinambá, biomédico e secretário de Agricultura do município e

4) Eni do Rosario Pereira Amorim, Técnica em Segurança do Trabalho, bacharel em Serviço Social, tem vários contos, crônicas e poesias publicadas em redes sociais, autora do livro Retalhos de uma História.

Após a formação da mesa de honra, foi executado o hino da cidade, seguindo-se do pronunciamento dos componentes da mesa.

Momento especial se deu quando aa Professora Laurijane Pereira Amorim (Nita), irmã da autora do livro declamou o poema Gratidão. Logo após, desfez-se a mesa de honra e deu-se início à sessão de autógrafos.

O lançamento do livro de Eni Amorim, 1ª presidente da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), deu-se no dia do 103º aniversário de emancipação do município de Peri-Mirim, e constitui-se em um marco na construção da história do município, pois resgata fragmentos da vida e obra de Maria Isabel Martins Nunes, ambientada no Povoado de Santana. A obra é permeada de fatos pitorescos envolvendo o quotidiano de vários personagens, cuja lembrança aproximará os perimirienses de suas memórias e contribuirá para a formação de laços inesquecíveis.

O evento contou com a animação agradável na voz de Frank Hudson, secretário de Cultura do município, ocasião em que foi servido um delicioso coquetel aos convidados.

A autora enalteceu a parceria do Fórum em Defesa da Baixada, Cida Cosméticos, Nossa Clínica e Secretarias municipais de Agricultura, Educação e de Cultura.

LUGAR ONDE EU VIVO

Autora Ataniêta Martins

LUGAR ONDE EU VIVO.

EM MINHAS MEMÓRIAS,

UMA SAUDADE, UMA VIAGEM

AOS TEMPOS DE OUTORA.

 

PERI-MIRIM, GRANDIOSA ÉS TU

COM TANTAS RIQUESAS

NA PECUARIA, NA LAVOURA

EM TODA A REDONDEZA

CIDADE LINDA, NASCI E SORRI,

ANDEI E CRESCI

PERI-MIRIM, EU TE ESCOLHI

QUERO FINDAR MEUS DIAS AQUI

E MINHA HISTÓRIA

AQUI CONSTRUIR.

 

 SUA NATURAL BELEZA

PODE SER COMPARADA

A UMA ENORME RIQUEZA

TEM ESCOLAS, ALUNOS E PROFESSORES

CANTORES, POETAS E DOUTORES

MÉDICOS,PESCADORES,

DENTISTAS E AGRICULTORES

PADRES, OVELHAS E PASTORES.

 

NA CALMARIA DA NOITE

PODEMOS APRECIAR

AS ESTRELAS DO CÉU

O E BELO LUAR

ESCUTA-SE DO SAPO AO GRILO

E OS VIZINHOS A CONVERSAR

ESTA É MINHA CIDADE

QUEM SAIU SENTE SAUDADES

E QUEM VEM VISITAR

APAIXONA-SE DE VERDADE.

 

E COMO ESTÁ AGORA?

SÓ PRECISA SER MAIS CUIDADA E AMADA

AS MATAS NÃO SAÓ PRESEVADAS

OS RIOS POLUIDOS, ALGUNS JÁ ENTUPIDOS

EFEITOS DA DEGENERAÇÃO

POR CAUSAS DOS MALES E VÍCIOS

AGREGOU-SE A CORRUPÇÃO

E NOSSAS CRIANÇAS?

SE A GENTE PRESERVAR

ELAS VÃO COLOBORAR

NÃO HAVERÁ DEGRADAÇÃO

DESSA FORMA

TERÁ MENOS POLUIÇÃO

OU CASO CONTRÁRIO

SÓ IRÃO OUVIR CONTAR

BELAS HISTÓRIAS

DA NOSSA GERAÇÃO.

 

ESTE MUNICÌPIO

TRAZ UMA TRAJETÓRIA

DE LUTAS E CONQUISTAS

CONTADA PELOS CENTENÁRIOS

QUE VIVENCIARAM (EM MEMORIA)

DE UM POVO LUTADOR

QUE RESPEITAM OS PRINCÍPIOS

DE HOMENS QUE AQUI OU

TÃO PEQUENA, BONITA E FRÁGIL

LUGAR ONDE SE ENCONTRA BONDADE

VIVEMOS EM IRMANDADE

QUER VER OS MORADORES SE  SENSIBILIZAREM?

BASTA UM PRIMIRIENSE ESTÁ ENFERMIDADE

MAS, TAMBÉM SÃO JUSTIÇA

NÃO DEIXAM NADA, NIGUÉM

DENEGRIR A IMAGEM DA NOSSA CIDADE

ISSO QUE É AMOR DE VERDADE

COBRAM QUANDO É PRECISO

E RESPEITAM QUANDO HÁ NECESSIDADE.

 

MESMO EM TEMPOS DIFÍCEIS

TEMPO DE PANDÊMIA

VIVEMOS EM ALEGRIA…

A COVID-19, NOS SURPEENDEU

ENSINOU-NOS O QUE É A VIDA

PERDEMOS PESSOAS QUERIDAS

QUE NOS REENCONTRAREMOS UM DIA

POR  ISSO PEÇO A DEUS, O CRIADOR

PARA ALIVIAR NOSSA DOR

E CONTINUE SENDO NOSSO GUIA

QUE INTERCEDA POR NÓS, JESUS E A VIRGEM MARIA

PARA QUE NÃO PERCAMOS A ESPERAÇA

DE PROFETIZAR NOSSA FÉ

A CADA DIA DE NOSSAS VIDAS.

 

COM ESTA SIMPLES POESIA

PARABENIZO NOSSA CIDADE

103 ANOS DE EMANCIPAÇÃO

E TAMANHA IRMANDADE

TU ÉS PERI-MIRIM

UMA RARIDADE

TERRA QUERIDA

COM SUAS BELEZAS

E SUAS REALIDADES.

PARA SEMPRE VOU FICAR

PERI-MIRM,TERRA QUERIDA

MEU LUGAR!

 

Presidente da Academia de Peri-Mirim, Eni Amorim, lançará livro durante as homenagens do aniversário do município

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) e demais parceiros convidam os perimirienses e amigos para o evento de  lançamento do livro de Eni Amorim, RETALHOS DE UMA HISTÓRIA, que acontecerá no 103º aniversário do município – 31 de março de 2022 -, a partir das 19:30h, no Colégio Carneiro de Freitas, na sede do município de Peri-Mirim.

Trata-se de uma coletânea de momentos históricos vividos especialmente no Povoado de Santana, terra dos ancestrais da autora. A obra são pedacinhos coloridos da vida e dos momentos que se aram na trajetória de Maria Isabel Martins Nunes, sua bisavó. Uma mulher de fibra que teve a ousadia de tecer sua história embasada no trabalho, na solidariedade e na fé.

O livro aborda detalhes da história de Peri-Mirim, ambientada em várias épocas, discorre sobre o protagonismo dos padres da missão de Sherbrook do Canadá, principalmente do padre Gérard Gagnon que trabalhou na promoção da pessoa humana e no desenvolvimento do lugar. A obra é um primor. Vale à pena ler.

O lançamento do livro contará com o apoio do Fórum em Defesa da Baixada; Nossa Clínica; Cida Cosmético e da Prefeitura de Peri-Mirim, por meio das secretarias da Cultura, Educação e Agricultura. A ALCAP oferecerá um coquetel e, para coroar o evento, a atração musical ficará por conta da bela voz de Frank Wdson, secretário de Cultura.

Nota de Pesar pelo falecimento de Maria Braga

Os membros da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) vêm externar o mais profundo  pesar pelo falecimento de Maria José Andrade Braga, mãe dos acadêmicos Flávio Braga e Manoel Braga, ocorrido às 19:45h do dia 20 de fevereiro de 2022, no Hospital UDI em São Luís. O velório está ocorrendo na PAX do Centro da cidade e o sepultamento será no Parque da Saudade às 16 horas de hoje (21/02/2022).

Como bem falou sua filha Rosário Braga: Aquela que foi fonte de sabedoria, de amor, de generosidade, de solidariedade, que soube praticar com maestria o cuidar, o zelar, o ser amiga, mulher fiel a Deus, devota à Virgem Maria, membro da Legião de Maria, ministra da Eucaristia, modelo de mãe, de esposa, de avó, de bizavó, de sogra, de filha, enfim, modelo de mulher, hoje Maria José Braga foi morar com Deus.

Mesmo não estando mais entre nós sua mãe continuará presente por meio de cada um dos seus descendentes, das suas memórias, do seu Amor e da sua eterna saudade que ficou nos nossos corações .

Que Deus a receba em seus braços divinos e misericordiosos e a coloque em um lugar bem iluminado.

Finalmente, apresentamos à família Andrade Braga e aos amigos enlutados nossos sinceros sentimentos de solidariedade e respeito, bem como condolências por esta inestimável perda.

 

Extensão e processo de ocupação de Peri-Mirim

Extensão
O município tem 405,3 km² sendo o 184° do Estado em extensão o que corresponde a 0,12%. Em termos regionais, é o 48º na Mesorregião Norte Maranhense com 0,77% e o 17º na Microrregião Geográfica da Baixada Maranhense correspondendo a 2,30%.

Processo de Ocupação
Os criadores de gado dos municípios próximos, presumivelmente de Alcântara e São Bento, no sentido de desenvolverem a pecuária extensiva própria da época e da necessidade de encontrar pastos novos e férteis, penetraram pelo interior e ao encontrar os pastos almejados, ali construíram suas casas, dando ao povoado o nome de Macapá, que
embora tivesse em áreas dos municípios de Alcântara e São Bento, foi anexado ao segundo pela Lei Provincial de nº 1.385, de 17 de maio de 1886.

Pela Lei nº 850 de 31 de março de 1919, o distrito foi transformado em município e 45 dias depois foi procedida à eleição para prefeito municipal, embora o município tenha sido oficial e solenemente fundado em 15 de julho de 1919. Onze anos depois, o município foi extinto por meio do Decreto Lei Nº 75, de 22 de abril de 1931, sendo reincorporado ao município São Bento, na condição de distrito.

Finalmente, o Decreto Lei nº 857, de 19 de junho de 1935, devolveu a Macapá a condição de município e elevando à condição de vila em 19 de julho do mesmo ano, considerando-a, no entanto, cidade a partir de 29 de março de 1938. Com a reforma istrativa do Estado, pelo Decreto Lei Nº 820 de 30 de dezembro de 1943, o município mudou a toponímia de Macapá para Peri-Mirim.

A palavra peri-mirim na língua tupi-guarani significa junco fino, tipo de vegetação que predomina nos campos alagados do município.

________________________________________________

Fonte: Enciclopédia dos Municípios Maranhenses: microrregião geográfica da Baixada Maranhense / Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos. – São Luís: IMESC, 2013.

ANTÔNIA MARTINS NUNES

Nascida em 13 de junho de 1928 no povoado Juçaral do Munícipio de Peri-Mirim-MA, Antônia Martins Nunes, filha de Benedito Martins Nunes e Domingas Maria Martins. Tinha 09 irmãos: Margarida Martins Silva, João Martins, José Raimundo Martins, Teresa Martins Melo, Inácia Elzamar Martins, Damiana Martins Pinheiro, Eloisa Martins, Maria Teresa Pereira Castro e Antônio Luís Martins Pereira.

Antônia Martins Nunes, seus pais lhe colocaram esse nome porque nasceu no dia de Santo Antônio, a mesma nunca frequentou a escola, veio aprender a fazer o próprio nome, anos depois que o filho mais velho Raimundo Martins Nunes, a ensinou.  Abdicou da sua infância para ajudar sua mãe no sustento da família, trabalhava na lavoura, com coco babaçu, confecção de rede artesanal, na pesca e tantos outros.

Ficou órfão de pai ainda pequena, ou por muitas dificuldades, como filha mais velha, teve que arregaçar as mangas e ir à luta junto com sua mãe e seus irmãos  para poder sobreviverem. Todos cresceram, construíram famílias  e tomaram seus rumos.

Recorda que na sua infância sempre estava com sua mãe, nunca a deixava trabalhar sozinha, era sua companheira, iam para o mato juntar coco babaçu, tirar juçara, pescar, fazer roça, levantava bem cedinho, primeiro que todos, para ajudar nos afazeres domésticos.

Sua família tinha tradições a serem seguidas, faziam festa de Santo Antônio no povoado Canaranas e Nossa Senhora das Graças no povoado de São Lourenço, comemoravam os feriados de Santo Antônio e Santa Luzia na casa de seu sogro Torquato Nunes ou da sua Mãe Domingas Maria Martins. A religião foi parte importante em sua vida, católica praticante, batizada no povoado Canaranas, teve como padrinhos Lourenço, que era irmão da sua mãe Domingas e Maria que era uma amiga da família.

Recorda que dava conselhos para os irmãos que não gostavam de trabalhar como: socar o arroz para todos comerem, pescar, cortar juçara no juçaral, às vezes até brigavam para não ajudar, mas a sua mãe sempre interferia e todos ajudavam.

Apreciava os momentos que ava com o seu pai, principalmente quando ele vinha com o gado e gritava “lá vai eu”, abre a porteira…e ela corria para abrir a porteira morrendo de medo dos bois levá-la na frente ou pisá-la. Antônia era corajosa, amansava bois brabos, até mesmo dos fazendeiros vizinhos e quando caía dos animais, os irmãos sorriam e ela chorava, subia em pés de juçareira de todos os tamanhos, isso para ela era uma diversão especial! Conta que em meio às dificuldades, ela era feliz!

Tinha como maior desejo construir sua família e ter filhos… Conheceu seu marido em um baile de coureiro de caixa, duas colegas induziram-na a conversar com José Amorim Nunes (in memoriam), natural de Macapá, atual Peri-Mirim. Conversaram e se reencontraram dias depois em um outro tambor de caixa que aconteceu no povoado Juçaral, nesse momento firmaram o namoro e combinaram o dia para conversarem com a sua mãe Domingas, onde foi aceito e era de bom agrado da sua mãe tê-lo como genro. Ela namorou, noivou e casou-se com o mesmo.

O casamento foi em São Bento em 20/09/1947, na ocasião teve festa, bolo de tapioca com café, chocolate de fubá do coco babaçu, e a pinga para quem gostava. Teve forró de caixa a noite toda. União esta que tiveram três filhos legítimos: Raimundo Martins Nunes (Sipreto), Domingos Martins Nunes (Duro) e Ana Luíza Nunes Martins; e quatro adotivos: Manoel de Jesus Campos (Santiago), Raimundo Gabriel Amorim (Gabi), sua neta Rosangela Pereira Nunes e seu bisneto David Nunes Cunha.

Antônia Martins Nunes conviveu com seu cônjuge José Amorim Nunes por 55 anos. Seu esposo era um homem bom, um bom pai, fazia tudo o que podia por todos, amava todos, mas na hora do conselho tinha que ser escutado, quando um dos filhos fazia algo errado ou se intrometia em conversa de adultos, era só olhar de olhos tortos que já sabiam que mais tarde após a visita sair tinha o paredão dos conselhos.

A mesma lembra que junto com o marido saíam de madrugada para a roça no Tremedal, povoado de Peri-Mirim, umas 5 horas da manhã para chegarem mais cedo e voltavam de tardezinha quando o sol já estava se pondo. Iam montados em bois, eram tempos bons, assim afirma. Ali, enquanto uns trabalhavam na lavoura, outros iam pescar nos rios para comerem na roça. Relembra sua história de vida com sua família quando escutava a música “utopia” de Padre Zezinho.

No calar da noite sempre estava tirando fubá de coco para os porcos ou fazendo azeite da amêndoa do coco babaçu, enchendo grade de rede, tudo isto na luz de lamparina. Enquanto isso, seu esposo animava a criançada com suas lindas histórias de Camões, tia onça, tio lobo, macaco, reis, rainhas e tantos outros com valiosos ensinamentos que aprendeu com seus anteados.

No povoado Canaranas deste município supracitado, foi construída sua primeira casa: de palha, porta de mensaba e chão batido; dormia em rede, depois obteve uma cama feita de jirau, colocado palha de bananeira e coberta com pano, tinha um par de mochos e alguns troncos de madeira que serviam para sentar, fogão a lenha, o armário era um caixote, um cofo bem feitinho da palha do tucum amarrado no teto da cozinha, servia como porta prato, porta colher e porta escova. Mesmo com as dificuldades que avam eram felizes.  Naquele povoado, junto com o marido, edificou suas raízes, Antônia viu muitas crianças nascerem, era parteira praticante, sempre estava disposta em ajudar trazer vidas ao mundo, mesmo em povoados distantes ela ia a qualquer hora, enfrentando chuva ou sol.

Antônia, com o ar dos tempos, teve perdas de pessoas queridas da família, sua mãe Domingas, alguns irmãos e amigos. Mas, sua maior provação foi a perda do pai na infância, daí sentindo o desejo de lutar para viver junto da sua mãe e de seus irmãos menores.

Com a perda do seu cônjuge em 2002, Antônia continuou a residir até 2012 na mesma casa no povoado Canaranas, logo após mudou-se para o centro da cidade para a casa da sua filha Ana Luíza, onde viveu os seus últimos anos de vida.

Seu maior medo era perder seus filhos, de ficar longe dos mesmos, sonhava em estar com a família reunida novamente, sentia saudades de todos e dizia que é triste ar pela terra, viver bastante tempo e olhar seus entes queridos partindo e deixando saudade.

Deixa como maior legado suas experiências vividas, suas lutas e conquistas. Tem como aprendizado, que a cada dia precisamos reinventar o nosso sorriso, entender que tudo que acontece é para o nosso bem, até mesmo o “mal” nos torna fortes e que precisamos superar os obstáculos para que a esperança cresça e tenhamos mais fé. Faleceu no dia 31 de dezembro de 2021.

Biografia construída pela sua neta Antoniêta Márcia (Tatá).

Academia de Peri-Mirim inova no Amigo Secreto de Natal

Depois do sucesso da  I Feira de Troca de Mudas, Sementes e Saberes que ocorreu durante a IV Ação de Graças na Jurema, promovida pela Família Santos, a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) resolveu promover a troca de mudas de plantas durante a confraternização de Natal deste ano de 2021.

A brincadeira consiste na troca de mudas de plantas, ornamentais ou frutíferas, como presentes do Amigo Secreto entre confrades e amigos. Mais uma ação dentro Projeto Plantio Solidário “João de Deus Martins” mantido pela Academia.

Feira de Troca de Mudas, Sementes e Saberes na Ação de Graças na Jurema

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense  (ALCAP) participou da IV Ação de Graças na Jurema, dia 20 de novembro de 2021, durante o evento promoveu, por meio do Projeto Plantio Solidário, a primeira Edição da Feira de Troca de Mudas, Sementes e Saberes.

O objetivo da feira é preservar a biodiversidade, promover a educação ambiental e estimular a alimentação saudável e orgânica, que foi coordenada pro Jessythannya Santos. As mudas foram fornecidas pela UEMA, por meio do Prof. Dr. Gusmão Araújo e pela comunidade interessada na troca das mudas.

Além de mudas de hortaliças, legumes e vegetais, foram trocadas plantas ornamentais, como por exemplo, flores e cactos, bem como frutíferas e não-frutíferas, plantas medicinais, sementes e muito conhecimento. Contudo, por ser um evento gratuito e não possuir inscrição não foi registrada a quantidade de plantas disponíveis. Para participar, bastou levar uma muda e/ou sementes, para troca ou doação no local.

O evento deste ano não contou com a participação do engenheiro agrônomo ou outro especialista, Mas algumas orientações foram readas.

A feira, conforme relatou a coordenação, foi muito bem aceita pela comunidade, pois agregou conhecimentos sobre cultivo e ecologia, os quais foram compartilhados pelos participantes.