A ALCAP deseja Feliz Dia Internacional da Mulher

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) deseja um feliz dia Internacional da Mulher a todos que compartilham, como nós, de um mundo mais justo para todos as mulheres.

O dia 8 de março foi instituído em 1975 como Dia Internacional da Mulher, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países – como um dia de protesto por direitos, comparável ao Dia das Mães.

O confrade Diêgo Nunes Boaes escreveu um poema em homenagem às mulheres, em especial às suas confreiras e amigas da ALCAP: Isabel, Adelaide, Nani, Eni, Ana Creusa, Ana Cléres, Maria Amélia, Alda, Liliene, Gisa, Tatá, Dadá, Nasaré, Du Carmo, Edna, Jessy, Graça, Cleonice, Lúcia e Stela.

Mulher

Mulher preciosa,
Mulher que pensa e faz,
Mulher amorosa,
Mulher que tudo que quer se satisfaz,
Mulher que comanda,
Mulher que determina
Mulher que anda
Mulher que fascina
Mulher guerreira
Mulher que cria e recria
Mulher que ama
Mulher de pura alegria
Mulher de trama
Mulher que faz e acontece
Mulher que se arruma e desarruma
Que se enaltece
Que anda só e em ruma
Que se esmorece
Se entristece,
De coração gigante
De amor imenso
De alma triunfante
E de bom senso
Das Marias,
Joanas, Antonias,
Vitórias e Marianas
Franciscas, Anas, Emilias e Sebastianas
Das Brancas
Rosas,
Das Esmeraldas
Jasmins
Jades e Safiras
Todas as mulheres
Todas as flores
Todos os gestos
Todos os amores.

Foto: Flor do Jardim de Ana Cléres. Roseira a partir de um galho da roseira da casa de Venceslau Júnior no dia 01/03/2018, durante a 1ª reunião para fundação da ALCAP.

Maria José Campos Sodré Ferreira

Por Cleonice de Jesus Martins Santos

Patrona da Cadeira nº 09 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Cleonice de Jesus Martins Santos. Nasceu no 20 de março de 1930, em Peri- Mirim-MA, filha de Sérgio Martins Campos e Eugênia Costa Campos. Era conhecida como Maria Sodré.

Iniciou os estudos em sua a cidade natal, formando-se normalista. Conheceu e apaixonou-se por José Sodré Ferreira, casando-se com este em 21 de setembro de 1951, com quem teve cinco filhos: João Campos Sodré Ferreira (in memorium); José Sodré Ferreira Filho; Antônio Campos Sodré Ferreira (casado com uma irmã de Cleonice, a quem tem como irmão); Alcides Campos Sodré Ferreira e Sheila Campos Sodré Ferreira. Também criou e amou igualmente a seus filhos de criação, Ana Teresa Macedo Ferreira, Pedro Castro Lopes e Cafeteira.

Por ser uma pessoa bastante influente na sociedade perimiriense, teve mais de trezentos afilhados, pois os pais a levavam como madrinha de seus filhos na certeza de que eles estariam seguros e protegidos de quaisquer adversidades.

Em 1955, aos 25 anos, prestou concurso público para tabeliã no Cartório de Ofício Único em seu município, onde permaneceu por 47 anos, ando o cargo ao seu filho José Sodré Ferreira Filho.

Foi uma pessoa comprometida e muito caridosa, ajudando as pessoas carentes com seus serviços gratuitos, registrando certidões e celebrando casamentos indo às comunidades juntamente com o Juiz de Paz, Jorge Maia, utilizando como transporte canoas ou cavalos, já que na época eram os únicos meios de transporte disponíveis.

Tinha como hobby reunir-se nos finais de semanas com amigos para jogar canastra e buraco, sempre acompanhados de café com biscoito ou refresco de frutas da estação, onde sorriam muitos com as piadas e assuntos referentes à sua cidade e seu povo. Também gostava muito de ler romances e bordar toalhas para preencher o tempo e não se sentir sozinha.

Sempre organizada e perfeccionista, com uma caligrafia belíssima e um raciocínio que impressionava a todos. Um exemplo de mãe, esposa e amiga que viveu muito além do seu tempo.

Aos 65 anos, infelizmente, para tristeza de todos que a amam, foi acometida pela doença de Alzheimer.

Faleceu no dia 21 de setembro de 2016, aos 86 anos, deixando com legado um exemplo de sentimentos puros para seja lembrada como alguém que viveu feliz, vencendo desafios, lutas e conflitos sempre de maneira sábia e prudente, partilhando e participando dos eventos sociais, vivendo em comunhão com o próximo.

Peri-Mirim: Escola Municipal Keila Abreu Melo faz homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, com o tema “Mulher e seu papel na sociedade”

Nesta sexta-feira, 06 de março, a Escola Municipal Keila Abreu Melo fez uma pequena homenagem ao dia Internacional da Mulher, a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) participou do evento, que contou com a presença de 34 alunos do 5° ano, do turno vespertino, da gestora da escola, Alessandra Castro e das professoras: Teresa Amorim, Elinalva Campos e Edna Jara Abreu Santos, estas últimas são membros da ALCAP.

A confreira e professora da referida escola: Elinalva Campos iniciou a palestra destacando a origem da data e a história das mulheres no contexto social do dia Internacional da mulher. O confrade Diêgo Nunes Boaes foi convidado para representar a ALCAP, que em sua fala destacou a importância dessa data reconhecida mundialmente. Iniciou falando sobre a importância das mulheres para a sociedade, tendo como referência o nome da escola, da significação, um pouco da história da professora Keila Abreu Melo, falou sobre a entidade da ALCAP, da sua importância para a historiografia perimiriense.

Em seguida, o acadêmico falou sobre as 9 patronesses da ALCAP: Naisa Amorim, Isabel Nunes, Nazaré Maia, Jarinila Campos, Cecília Botão, Helena Ribeiro, Maria Sodré, Raimunda França e Júlia Silva. Fez uma resumo da história e vida de cada uma delas, e ainda sobre a importância da ALCAP em tê-la como patronas, não pelo falo de terem cargos elevados ou status no município, mas pelos relevantes serviços prestados à comunidade. Foram mulheres simples, humildes, mas que deixaram um grande legado para a comunidade e que se eternizaram em nossas memórias. O confrade Diêgo encerrou sua participação declamando um de seus poemas:

Mulher.

Mulher preciosa,
Mulher que pensa e faz,
Mulher amorosa,
Mulher que tudo que quer se satisfaz,
Mulher que comanda,
Mulher que determina
Mulher que anda
Mulher que fascina
Mulher guerreira
Mulher que cria e recria
Mulher que ama
Mulher de pura alegria
Mulher de trama
Mulher que faz e acontece
Mulher que se arruma e desarruma
Que se enaltece
Que anda só e em ruma
Que se esmorece
Se entristece,
De coração gigante
De amor imenso
De alma triunfante
E de bom senso
Das Marias,
Joanas, Antonias,
Vitórias e Marianas
Franciscas, Anas, Emilias e Sebastianas
Das Brancas
Rosas,
Das Esmeraldas
Jasmins
Jades e Safiras
Todas as mulheres
Todas as flores
Todos os gestos
Todos os amores

Em seguida as professoras Elinalva e Teresa organizaram uma homenagem para as mães, ao som de Erasmo Carlos.

1952: Grandes melhoramentos serão inaugurados em Peri-Mirim

Notícia veiculada no Diário Popular – Ano III, nº 390 – Domingo, 14.09.1952, pág. 01:

“O Senador Vitorino Freire e os Deputados Djalma Brito e Moreira Lima, estarão presentes às festividades.

O nosso dedicado amigo e correligionário Sr. Agripino Marques, operoso Prefeito Municipal de Peri-Mirim, entregará hoje aos seus munícipes duas importantes obras que assinalaram sua operosidade e descortino a istrativo, inaugurando solenemente o novo prédio da Municipalidade e um possante motor que fornecerá iluminação pública àquela cidade.

Sente-se o Partido Social Trabalhista satisfeito em ver um correligionário seu colher os frutos de sua istração modelar, como vem a acontecer o prefeito Agripino Marques, que trabalha incessantemente no sentido de corresponder à confiança, principalmente daqueles que deflagraram nas urnas o seu honesto nome.

A fim de tomarem parte nas festas de hoje em Peri-Mirim, viajarão hoje por via aérea com aquele destino o senador, Vitorino Freire, que representará o Governador Eugênio Barros, deputados Djalma Brito e Gonçalo Moreira Lima. “Diário Popular”, especialmente convidado, far-se-á representar antecipadamente, desde já as suas efusivas congratulações ao dinâmico prefeito Agripino Marques.

Peri-Mirim – A chegada a Peri-Mirim, foi outro lance de vivo entusiasmo por parte do povo, tendo a sua frente o dinâmico Prefeito Municipal, Sr. Agripino Marques, que vem realizando obras de vulto incontestáveis na sua comuna bastante prestigiado pela coletividade perimiriense.

Pelo adiantado da hora, foi dado início a solenidade inaugural do novo edifício da Prefeitura Municipal, logo após a chegada, rumaram a distinta comitiva seguida do povo, para a Praça São Sebastião, onde se levanta aquele formoso próprio municipal.

Inicialmente, usou da palavra o Sr. Prefeito Agripino Marques, lendo substancioso discurso, em que esclareceu o total das despesas efetuadas com a construção daquele Edifício, ressaltando que muito devia ao Senador Vitorino Freire o êxito obtido nas realizações que vinha empreendendo. Sob intensa vibração popular, tomou a palavra o eminente senador Vitorino Freire, agradecendo inicialmente as palavras do Sr. Prefeito e estendendo-se em oportunas considerações a respeito das istrações municipais, terminando por exaltar a operosidade do Sr. Agripino Marques, considerando-o o mais “dinâmico auxiliar do atual Governo, no Interior do Maranhão, afirmação que fazia com pleno conhecimento de causa”.

Em seguida o Ilustre Orador declarou inaugurado aquele melhoramento, perante a seleta sociedade local. O Sr. Prefeito convidou aos presentes para assistir a inauguração da Usina de Luz e Força da Cidade, última parte do programa de festas que realizou-se logo após, falando neste ato Sr. Prefeito Municipal, senador Vitorino Freire e os representantes dos municípios vizinhos.

As dignas autoridades aninharam-se para o local onde estava instalado o possante motor de Luz, cuja chave de partida foi acionada pelo técnico João Batista de Oliveira, encarregado da montagem do mesmo, o que foi feito com a devida perícia.

A noite de 14, realizou-se lauto banquete na residência do Sr. Prefeito Agripino Marques, onde usaram da palavra os seguintes oradores: Dr. Domingos Silva, Dep. DJalma Brito, Sr. Benedito Muniz e as senhoras Inah Barros e Naisa Ferreira de Amorim, que durou até alta madrugada, coroando-se de pleno êxito, as festividades levadas a efeito em Peri-Mirim, que acolheu fidalgamente os seus visitantes, sob um clima de mais estreita cordialidade”.

Diário Popular – Ano III, nº 390 – Domingo, 14.09.1952, pág. 01. Disponibilizado pelo arquivista aposentado, Sr. Zacarias.

1968: Secretário de Agricultura ganha cidadania perimiriense

Em sinal de reconhecimento, pelos relevantes serviços prestados a Peri-Mirim, a Câmara Municipal daquele Município por unanimidade, resolveu conceder ao Dr. Lourenço Vieira da Silva, o Título de Cidadão Perimiriense.

Essa Resolução tomada em Sessão do dia 27 de janeiro último, visa coroar os trabalhos da Secretaria de Agricultura desenvolvidas naquela região e que culminaram com a construção da Barragem do Gigante.

Essa Barragem, anteriormente conhecida como Barragem do Defunto, há muito era uma velha aspiração dos criadores da Baixada, os quais, para prevenir futuras estiagens, se viam obrigados a deslocar para outras plagas o gado de sua propriedade, sofrendo, com isso, enormes prejuízos e transtornos.

Várias vezes tentada, por iniciativa dos moradores da localidade, somente agora essa barragem teve sua construção concretizada, graças ao planejamento do Governo, dentro da Pasta da Agricultura.

A equipe do Secretário da Agricultura, sob orientação do Engenheiro Agrônomo Antônio Augusto Martins, vencendo as dificuldades naturais da região, executou em tempo recorde essa obra com entusiástico apoio do Prefeito Municipal, Sr. José Ribamar Martins França e completa colaboração da Câmara Municipal, permanentemente representada pelo Secretário da Mesa no Canteiro de Obras.

Situada a 20 Km da sede do Município de Peri-Mirim, a Barragem do Gigante, serve ainda aos criadores de São Bento e Bequimão, tendo sua importância ressaltada pelo fato de que sua construção impede, agora, o salgamento da água, a salinização do solo e a morte do peixe, considerado alimento básico do homem da Baixada.

Dentro de breves dias o Secretário da Agricultura se deslocará ao Município de Peri-Mirim, a fim de receber o Título que lhe foi conferido.

Jornal O Imparcial nº 16.073 – Sábado – 24-2-1968 – Pg. 8. Matéria fornecida pelo arquivista aposentado Sr. Zacarias.

Raul Pinheiro Mendes

Por Adelaide Pereira Mendes

Patrono da Cadeira nº 36 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP). Raul Pinheiro Mendes nasceu no dia 23 de outubro de 1920, no povoado Brito, pertencente ao município de Bequimão. Filho de Manoel Guido de Sá Mendes e Francisca Paula Pinheiro Mendes. Veio para Macapá, atual Peri-Mirim, aos 10 anos de idade. Estudou na antiga Escola Mística Macapá, atualmente Carneiro de Freitas. Eram 13 irmãos: José de Ribamar, Inês, Raul, Fernando, Maria das Dores, Maroca, Ernesto e Ernestina (gêmeos), Hilda, Izabel (Belinha), Cristóvão (Colicó), Rute e Rui.

ou 2 anos morando no povoado Ponta do Lago, quando resolveu retornar para o seu local de nascimento, anos mais tarde, foi residir novamente no centro da cidade de Macapá, quando resolveu entrar para Política.

Morou no centro da cidade até seu casamento. Casou-se no dia 15/05/1943 com a senhora Constância Pereira Mendes, com quem teve 09 filhos, 06 estão vivos, dos quais a acadêmica Adelaide Pereira Mendes, ocupante da Cadeira nº 11 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP).

Tem sua descendência portuguesa, por meio dos seus bisavôs: Tereza Augusta de Sá Mendes e Antônio Bernardo Gonçalves de Sá Mendes. Raul foi vereador, delegado, trabalhou no IBGE durantes anos. Desistiu da carreira política por conta de ter exemplo de honestidade, desaprovava algumas atitudes que acontecia em sua época de vereador do município.

Amante da cultura, amava as inúmeras toadas de bumba-meu-boi. Em suas conversas sempre contava como era seu anteado, das situações as quais enfrentava, ainda mais como delegado da cidade. Raul Mendes era um católico assíduo, e um grande devoto de São Sebastião, de janeiro a janeiro não perdia uma novena.

Este nobre conterrâneo deixa uma vasta lembrança, exemplo de marido, grande companheiro, pois em todas as cerimônias estava lá, junto de sua magnífica esposa, dona Constância. Raul foi um grande exemplo de pai carinhoso, e muitas, muitas memórias, pois fez parte da história de Peri-Mirim. Faleceu em Peri-Mirim no dia 10/09/2019.

Raul e sua esposa participando de Sarau Cultural da ALCAP

O Pequeno Príncipe: Clube de Leitura ” Professor João Garcia Furtado” realizou encontro para análise da obra

O Clube de Leitura “Professor João Garcia Furtado” é um projeto de incentivo à leitura desenvolvido pela Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), que objetiva fomentar a leitura na comunidade como uma prática social, bem como contribuir para a formação de uma nova geração de leitores. O nome do projeto é uma homenagem ao professor João Garcia Furtado, patrono da cadeira nº 28, ocupada pelo acadêmico Diêgo Nunes Boaes.

A obra escolhida para inaugurar o Clube de Leitura foi “O Pequeno Príncipe” do escritor, ilustrador e piloto Antoine de Saint-Exupéry. Publicado em 1943, o livro narra uma bela história de reflexão e aprendizado. Com uma escrita fluida e simples, o autor incita o leitor a reavaliar seus valores, levando-o a repensar as verdadeiras riquezas da vida.

O encontro foi realizado no Colégio “Artur Teixeira de Carvalho”,  no dia 30 de novembro de 2019 e contou com a participação de alunos da Escola Carneiro de Freitas, Colégio Artur Teixeira de Carvalho, membros da ALCAP, professores e comunidade.

A presidente da Academia, Eni Amorim, deu inicio ao encontro, solicitando a apresentação de todos os participantes, em seguida, falou que o  projeto do Clube da Leitura Professor João Garcia Furtado está alinhado aos objetivos da Academia de Letras ciências e artes Perimiriense (ALCAP) e objetiva fomentar a leitura da comunidade como uma prática social e contribuir para a formação de uma nova geração de leitores. Após a apresentação foi feito um resumo da vida do Professor João Garcia Furtado também pela Presidente.

A mediadora do debate, Juliana Câmara, ressaltou a importância do projeto desenvolvido pela ALCAP, que é um grande estímulo para que as pessoas desenvolvam o hábito de leitura e elogiou a interação dos alunos com a obra. Juliana Câmara é graduada em Ciências Humanas/História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e tem um artigo intitulado “O Pequeno Príncipe: um diálogo interdisciplinar entre literatura e ciências humanas na Escola Municipal Professora Alnir Lima Soares – Pinheiro-MA” publicado na Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, resultado de um projeto de intervenção.

Sobre o encontro, o participante José Ribamar Durans Neto, filho do acadêmico Venceslau Pereira Júnior, avalia como bastante proveitoso, dizendo que “Eu gostei bastante do projeto de leitura da ALCAP porque influencia nós, os alunos, a buscarmos mais conhecimentos, a lermos e a melhorarmos mais o nosso lado crítico“.

Participaram do 1º encontro os alunos Cauã Eduardo França, Ana Carolina Pereira, Shalana Câmara França, Brendha Caroline Câmara Boas, José Ribamar Durans Neto, Emili Kauany Garcia Melo, Fábian Grazielle Ferreira Gomes, João Kelvyn Santos Melo, Breno Kauê Martins Pereira, a mãe de um dos alunos participantes Cleudiane Sousa Garcia, a professora Maria de Lourdes Campos, a mediadora Julyana Cabral Araújo, a amiga da ALCAP Maria do Carmo Pereira Pinheiro e as acadêmicas Giselia Pinheiro Martins, Eni Pereira Amorim e Jessythannya Carvalho Santos.

O próximo encontro está agendado para dia 23 de maio de 2020, no Colégio Artur Teixeira de Carvalho. O livro-tema será “O Mágico de Oz”, de L. Frank Baum.

Para participar do Clube de Leitura é necessário inscrever-se no link e ficar atento aos informativos sobre os encontros nas mídias sociais da ALCAP.

Ata de Constituição

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) foi fundada em 20 de maio de 2018, mediante Estatuto e Ata de constituição, mediante Ata de Constituição que foi registrada em Cartório no dia 20 de junho de 2018.

Ata de Constituição da ALCAP

11ª Ata, Reunião do dia 29 de fevereiro de 2020

Aos vinte e nove dias do mês de fevereiro de dois mil e vinte, ocorreu a décima primeira reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense- ALCAP- Casa de Naisa Amorim, no Sítio Boa Vista, Povoado São Lourenço, Peri-Mirim-MA.

Ata da 11ª reunião da ALCAP- Academia de Letras Ciências e Artes Perimiriense Casa de Naísa Amorim

Thomasia Viegas

Natural do Povoado de Mojó no município de Bequimão-MA, de onde veio aos seis meses de idade com seus pais para viverem na Ponta de Wadir, próximo à Ponta do Lago, embora no seu documento de identidade conste que ela é natural de Peri-Mirim/MA. Nasceu no dia 28 de janeiro de 1924, é a primeira filha de Raimundo França Pereira e Joanna Viegas. Seu marido era Armando Leôncio da Paz,  conhecido como Manduca (in memorian). Seus irmãos são Helena, Cândida, Justina, Filomeno, Sebastião e Antônio, estes dois últimos ainda estão vivos e moram próximos a ela.

Estudou por pouco tempo, lê um pouco e mal sabe escrever seu nome. Contou que teve uma experiência traumática com um professor. Certa vez, o seu professor particular mandou que os meninos fossem embora mais cedo e ficou com ela, com a desculpa de que precisava lhe ensinar mais uma lição.

Para sua surpresa, o professor colocou as mãos nos seus seios que ainda estavam despontando. A destemida Thomasia se defendeu dizendo que “não era galinha para ser apalpada” e não hesitou em sentar-lhe um pescoção com toda a força. Saiu furiosa para contar o fato à sua mãe. Assim que chegou a casa, o dito “professor” chegou em seguida para dizer que era mentira. A sua mãe, por óbvio, não acreditou naquele sujeito. Porém, a mocinha nunca mais frequentou uma escola.

Depois dessa experiência desagradável, foi morar na casa de Margarida Brenha de São Bento que veio morar em Peri-Mirim, com quem aprendeu a bater redes. Nessa época, conheceu a mãe do seu marido, a senhora Guilhermina de Castro, que fazia muito gosto do namoro com seu único filho, Manduca, que era 12 anos e meio mais velho que ela. Manduca já era um carpinteiro experiente.

Após um breve namoro, no dia 21 de janeiro, Manduca praticou o rapto da bela moça, então com 19 anos de idade. Moraram na casa da sogra – a mãe de Manduca -, em frente à Prefeitura, depois compraram uma casa no bairro em que vive até hoje, no Campo de Pouso.

Da união nasceram 12 (doze) filhos, entre eles, alguns abortos espontâneos, pela ordem: 1) Raimunda Nonata (faleceu com 1 ano e 5 meses, com problema de dentição); 2) Francisco (que é acadêmico da ALCAP); 3) Maria de Nazaré (mora em Imperatriz); 4) Isaías (faleceu em 27/12/2009); 5) Alzirene; 6) Domingos; 7) Marinalva (faleceu com 1 ano e 1 mês); 8) Artemísia e 9) José Viegas.

Lembra que na construção do campo de pouso, ela estava grávida de Francisco e que derrubaram a sua casa, depois construíram outra casa próxima ao local. Lembra que lá pousavam muitos aviões, mas não demoravam na cidade.

O primeiro prefeito que ela tem recordação é Manoel Miranda. Lembra também de Agripino Marques que morava no Apirital, depois mudou-se para a sede. Lembra que ele foi um bom prefeito, e que construiu a Barragem do Defunto com trabalhadores em mutirão. Tem uma lembrança vívida que atravessava a canoa por cima dessa barragem para ir visitar os seus parentes no Mojó, Bequimão. Lembra também da professora Maria Guimarães que era comadre de sua mãe.

A sua mãe contava que os seus pais morreram de bexiga brava e que os filhos foram distribuídos nas casas de parentes, para não contraírem a doença fatal. Com isso, a sua mãe ficou órfã ainda criança e foi criada na “casa dos outros”, nem sabia a sua idade.

Conta que seu marido morreu há 22 anos e que depois de sua morte, ela vive maritalmente com Benedito Garcia (Benedito Piolho), que é trinta anos mais moço que ela.

Perguntada sobre o confrade Francisco Viegas, para que ela contasse algo engraçado sobre o filho, ela disse que ele era um menino obediente, estudava muito e quase ia ser padre. Que só dava trabalho para comer, tinha muito fastio, e que tomou muito Emulsão Scott. Ele era muito carinhoso que a chama de “Bá” e ao pai “Duduca”. Segundo ela, Francisco era o filho preferido do pai. Disse ainda que não costumava bater nos filhos porque eles eram obedientes, apenas ralhava.

Thomasia lembra com saudades do festejo de janeiro, que tinha alvorada e coro na procissão. Era “um céu aberto”, com música de Nogueira. As vestes para os bailes eram terno, gravata e vestidos longos. Os bailes aconteciam na casa de José Gomes. Lembra também das missas lindas e dos padres Gerard e Edmundo que vieram do Canadá. As brincadeiras de Bumba-meu-boi eram feitas por João Brito e Secundino Pereira, este era proprietário de barco.

Compareceram à casa de Thomasia: Ana Creusa, Ana Cléres, Eni Amorim e Maria Amélia (mãe das Anas). O confrade Francisco Viegas estava na cidade, mas resolveu deixar a mãe à vontade para falar com os entrevistadores e foi participar de uma cantoria com seus amigos do Rio Aurá e somente chegou depois da entrevista, mas a tempo de posar para uma foto com a sua mãe.

Importante ressaltar que Thomasia goza de excelente memória, de gestos carinhosos, alegre e, durante a entrevista, soltava sonoras gargalhadas ao lembrar de sua juventude. Para coroar a visita exitosa, a anfitriã presenteou os visitantes com uma bela canção. Os visitantes despediram-se já sentindo saudades daquela jovem de cabelos brancos, acolhedora e amável. Thomasia é um exemplo de vida!

Entrevista realizada na residência de Thomasia Viegas no dia 01/03/2020 no Bairro Campo de Pouso, na presença de sua sobrinha Rosane Viegas. Nossos agradecimentos à Família pela preciosa colaboração à historicidade de Peri-Mirim.

Eni, Thomasia, Maria Amélia e Ana Creusa
Rosane, Thoamasia, Maria Amélia e Ana Cléres
Thomasia e Benedito Garcia
Thomasia e Francisco Viegas